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terça-feira, 27 de junho de 2017

O HOMEM E SEU CÍRCULO SOCIAL

por Antonio Caprio



O Estado não é ampliação do círculo familiar, diz Sérgio Buarque de Holanda em seu livro ‘Raízes do Brasil’, Companhia das Letras, p.245 e seguintes, 2016. Estendo mais que o Estado jamais foi tal extensão, até pelo contrário, visto que o Estado escraviza o cidadão e o submete ao seu jugo, servindo como muletas desta escravidão o partidarismo político e o sistema republicano presidencialista, no caso do Brasil. Ensinam nossos juristas que o indivíduo se faz cidadão ao nascer vivo, se torna contribuinte, eleitor, elegível, cassavel, inelegível, recrutável ante às Leis da Cidade e do país, e ao morrer se torna novamente espoliado, tendo de ser submetido aos rituais instituídos pelos que comandam o universo religioso e  jurídico que o rodeia.

O empregador moderno transforma o empregado, o gerador de toda riqueza, em um mero número inserido num prontuário seco onde a relação humana desaparece e é útil até quando bem servir. A produção em larga escala fala mais alto e o sentimento da irresponsabilidade nasceu forte e se mostra forte como nunca no mundo globalizado. Ninguém sabe o nome de quem produziu o bem consumido e não há nenhum interesse em conhecê-lo. O que interessa é o produto final e aliado a esse, o lucro, sonha o acionista.

Os antigos métodos de educação preconizavam o respeito como base, onde a expressão “você era raramente utilizada na relação social e em especial na familiar. Perdeu-se na linha do tempo a tonalidade cerimoniosa da expressão e com ela assumiu o controle pleno da ‘desobediência’ à hierarquia necessária e devida em toda sociedade humana e em qualquer grupo social, notadamente no meio familiar. A Pedagogia moderna incentiva isso entendendo que a ausência do cerimonial aproxima as pessoas tornando-as mais agregável, o que é, claramente, o contrário. Ninguém deseja ser igual a ninguém. O homem cordial de  Buarque de Holanda inexiste.

Hoje a criança é preparada para desobedecer em especial nos pontos falhos da educação comunitária, social e política. Contestar é preciso. Pais servem para serem contestados. Mães para serem contrariadas. Professores para serem diminuídos. Cargos públicos para serem aproveitados. Política para enriquecer.  O Estado protetor inexiste. Pais controladores em demasia geram filhos perdidos na trilha social e até psicopatas em números que não podem ser ignorados. A droga, sob suas variadas vestes, ai está para comprovar isso. A família patriarcal gerou problemas. A matriarcal, também. Todo extremo é prejudicial, seja em que grau for. Os estudantes, nos primeiros graus de ensino, são tutelados pelas mães, em especial nas tarefas e exigências dos mestres. No ensino superior, perdidos nos imensos corredores das universidades, não sabem para onde ir e se tornam presas fáceis dos grupelhos desagregados que existem em todos os meios sociais. E agora, José?......

Nietzsche disse com muita propriedade: “Vosso mau amor de vós mesmos vos faz do isolamento um cativeiro”.


Falou e disse....

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