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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

AS CÉLULAS-TRONCO, ANTECIPAÇÃO DO FUTURO




           O  ser humano, enquanto ser pensante,é altamente contraditório em ações, atitudes, pensamentos, decisões e teme, sempre, o desconhecido, embora deseje conhece-lo ardente e constantemente.
            Estudos demonstram que há 3 bilhões de anos, na Era Cenozóica, já se constatava a existência de células. Formas de vida mais complexas, as células procariontes, deram as caras há 2 bilhões de anos com o surgimento da camada de ozônio; há l bilhão os eucariontes se fizeram presentes disseminando-se sobre o planeta. Há 600 bilhões de anos foram inaugurados os primeiros organismos multicelulares; há 400 bilhões de anos conhecemos os vertebrados; há 300 bilhões os répteis; há 200 bilhões os mamíferos e há “apenas” 100 mil anos surgiu o homem , descendo das árvores e pisando sobre a Terra.
            Mendel definiu as bases da genética,embora sem o saber, e hoje a célula é o alicerce científico que abre enormes possibilidades de o homem prolongar seu ciclo de vida. No início do século XX a expectativa de vida era de 30 anos. Hoje supera os 70, o que significa o dobro em um século. O bioquímico inglês, Audrey De Grey, da Universidade de Cambridge, aposta que o homem pode prolongar sua vida por mais de 1.000 anos. “Afirma Se o envelhecimento é um fenômeno físico em nosso corpo, o avanço da medicina poderá atacar a velhice da mesma forma como faz com as doenças”. Ele garante esta conquista com o combate à degeneração celular, a eliminação das células não desejáveis e o controle na mutação dos cromossomos e das mitocôndrias. Não se pensa aqui na superpopulação da Terra. Estamos falando em vida.
            No século XIX assistimos à criação de clones. A clonagem é a técnica de fazer um organismo, ou parte dele, por meio de reprodução assexuada (reprodutiva ou terapêutica). Surgiram vários movimentos contestatórios, especialmente quanto ao caráter laico do Estado, que deve governar mas não interferir nos assuntos de religião. Difícil esta parte,visto que a religião interfere nos assuntos do Estado,não só pela ação de alguns líderes religiosos  como também por parte dos adeptos.
            De tudo isso e mais muita coisa, assistimos no final de maio de 2008, os embates dos membros do Supremo Tribunal Federal brasileiro e seus ecos persistem até hoje. Houve época em que um cidadão foi condenado pela Igreja por ter sedado a esposa para realizar uma cesariana. Quase às portas de perder a cabeça, a qual a Inquisição desejava, defendeu-se dizendo que Adão foi feito dormir por Deus para ter sua costela retirada e fazer nascer Eva. Ganhou a briga. Interessante que em Direito definiu-se o começo da vida com a fecundação. Por que o mesmo direito reconhece como ser vivo e com direito à herança o indivíduo só depois de nascido, e vivo? Um natimorto não adquire direitos nem gera herdeiros. Não era até então um embrião e depois um feto?
            Esta discussão no STF mostrou que o Brasil fica sempre a reboque. O mesmo aconteceu com o projeto Genoma. Enquanto discutimos o óbvio, o tempo passa e a Ciência fica amarrada de forma semelhante como no período obscurantista. Será preciso que aconteça, outra vez o Renascimento, quando o homem começou a sair das trevas, da perseguição e do sacrifício de vidas humanas para que a humanidade pudesse viver melhor? Foram mais de quinze séculos para que se aceitasse que o Sol era o centro do Sistema Solar. Até então quantos morreram por causa desta teimosia da Igreja e outros setores em dizer o contrário?
            Entendo que o domínio das células-tronco é, na verdadeira acepção da palavra, um milagre científico. Milagre não se explica,bem o sei. O que está ocorrendo é uma dádiva. É a justificativa clara e plena de que o homem, pela ciência, pode fazer de sua vida e deste planeta o lugar ideal, o verdadeiro Paraíso, não o perdido, como escreveu John Milton em 1667, mas o eldorado da plenitude da vida humana. Este domínio científico transformando as células-tronco em mais de 220 tipos de células do corpo humano que poderão ser regeneradas ou reconstruídas é simplesmente fantástico. Deixados de lado os aproveitadores e os mercenários naturais de todos os sistemas humanos, sejam as pesquisas bem vindas e que seus frutos, em breve, apesar do atraso, possam ser reconhecidos da mesma forma como os transplantes vieram,foram contestados e mudaram a vida dos homens deste pobre e complicado planeta chamado Terra.

            Tanabi, fevereiro de 2011


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